Em artigo de opinião ao site zerozero.pt, o Presidente da direção do Clube Recreativo Leões de Porto Salvo, Jorge Delgado, fala na primeira pessoa sobre o Dirigismo nos Clubes e Associações. Uma visão de alguém que dirige o único clube nacional certificado com 10 estrelas no Futsal (5 no masculino e 5 no feminino).
in zerozerofutsal (https://www.zerozero.pt/coluna.php?id=1690)
Paixão! Não há palavra mais paradigmática para traduzir o Dirigismo Desportivo.
Claro que a “Paixão” como catalisador do compromisso de um gestor desportivo não é suficiente, mas é essencial para lidar com o lado mais imprevisível da gestão diária de um clube ou de uma associação desportiva.
Hoje em dia a gestão de um clube ou de uma associação requer dos seus dirigentes um elevado grau de compromisso e de “profissionalismo”, na seleção e retenção de recursos humanos qualificados, incutindo-lhes dedicação e a atitude certa, alicerçada numa visão ambiciosa e inovadora, suportada por uma cultura de excelência, a par da capacidade de fazer acontecer, nunca perdendo de vista a sustentabilidade do projeto.
É por estas linhas que devemos caminhar no presente, rumo ao Futuro.
Não devemos ter uma visão de curto prazo, apenas para uma ou duas épocas.
Uma visão global e uma visão partilhada, é primordial.
Não podemos evoluir na direção certa, se não soubermos muito bem onde estamos, para onde queremos ir, qual o entorno, as pessoas, as estruturas, a cultura, a sociedade e quem são os parceiros que nos podem apoiar e caminhar ao nosso lado.
Evoluir sozinho é caminhar para o deserto. Os clubes e associações desportivas devem caminhar juntas e para isso, a partilha de conhecimento, a formação constante, é a chave para um tecido desportivo e associativo sólido, formativo e estruturado.
Apostar na formação de Tod@s. Ter agentes desportivos mais qualificados e comprometidos, é fulcral para se poder pensar, projetar e potenciar de forma sustentada, o nosso clube.
É essencial criar cadeias de valor, organizando e potenciando os recursos humanos que nos são colocados à disposição, valorizando-os e atribuindo competências que implicam o natural compromisso.
Sentir-se profissional é muito mais importante do que ser um profissional. Mesmo em estruturas onde os recursos são “amadores”, devemos abordar sempre as várias vertentes, com uma perspetiva “profissional”.
Independentemente, da formação académica ou área profissional da maior parte dos dirigentes, existem similitudes entre a gestão de uma empresa, de um negócio familiar ou de uma multinacional que podemos e devemos transpor para um clube.
Um dirigente com cultura de excelência, promove uma organização de qualidade em todos os processos, desde os mais simples aos mais complexos.
É nos detalhes que está a excelência!
Quanto mais fizermos crescer a “marca” do clube, mais sólido se torna o crescimento sustentável do projeto na perspetiva social, desportiva e económica.
Mas o crescimento implica obviamente, transpor barreiras diárias, e muitas delas com grau de imprevisibilidade, que por vezes quase nos faz baixar os braços, mas a linha que separa o insucesso do sucesso é tão ténue que a maior virtude é acreditar que vamos conseguir ultrapassar.
Para isso é preciso reinventar-nos constantemente e não esperar que sejam os outros a resolverem os nossos problemas.
Tem de ser um agregador humano e ter uma visão estratégica face ao dia de amanhã com a ambição necessária, mantendo-se focado nos objetivos delineados.
A capacidade de liderança de um dirigente desportivo está umbilicalmente ligada à sua capacidade de resiliência.
É mais fácil desistir… mas é muito mais gratificante… continuar!
É por isto que um dirigente tem de ter algumas características essenciais, além da paixão e da dedicação para formar melhores Pessoas e melhores Atletas!
“Líderes incríveis saem da sua rotina para melhorar a autoestima de sua equipa. Se as pessoas acreditam nelas, é incrível o que elas podem conquistar.”
Sam Walton, empreendedor